sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Operação da Polícia Federal na Fundação Getúlio Vargas não afeta concursos e seleções organizadas pela empresa.


Na última quinta-feira, 17, a Fundação Getulio Vargas (FGV) foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que cumpriu 29 mandados de busca e apreensão, no Rio de Janeiro e em São Paulo. A ação pegou muitos candidatos e pessoas que estudam para concursos públicos de surpresa. 

Em nota de repúdio, a FGV alegou que seus dirigentes são alvo de perseguição e que as investigações tratam de temas "já sepultados". Por conta disso, a Fundação Getulio Vargas afirmou que adotará "todas as medidas cabíveis" para a defesa da sua história.

"A FGV reitera sua confiança nos poderes constituídos, em particular no Poder Judiciário brasileiro, e adotará todas as medidas cabíveis para defesa de sua história, que a tornou motivo de orgulho para o setor produtivo brasileiro, de sua imagem e da honradez com a qual, desde 1944, atua ao lado das principais instituições do país", disse em nota .

Apesar das defesas da instituição, concurseiros de todo país manifestaram preocupação em meio à operação da Polícia Federal.

Para entender as ações, Folha Dirigida consultou o professor de Direito Constitucional e coordenador do Qconcursos, Ricardo Baronovsky, que falou sobre a operação da PF e os impactos nos concursos públicos organizados pela FGV.

No momento, pelo menos dois editais de órgãos importantes estão previstos, sendo eles: MP SP e Receita Federal. Além destes, a Fundação também está à frente de importantes seleções, como:

  • Senado;
  • Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (provas dia 27/11);
  • Agenersa (inscrições abertas).

Operação da PF não impacta concursos FGV

Para tentar entender os impactos das operações da PF contra a FGV, Baronovsky consultou a delegada que está à frente da ação. Segundo ele, a operação não trata sobre a FGV Conhecimentos, ou seja, a parte da instituição ligada aos concursos públicos.

Segundo as fontes ouvidas, a operação diz respeito à parte de Licitações. Desta forma, os editais que estão próximos de serem publicados, assim como as provas que serão realizadas, não sofrerão interferências. 

"Claro, que o processo é sigiloso, a gente não sabe exatamente o que ocorre. A primeira conclusão que se extrai é que a parte ligada aos concursos não teria sido afetada, mas sim a parte ligada às licitações. Ainda que tivesse uma licitação ligada ao concurso, a realização da prova, ou seja, o conteúdo, não teria sido afetado. Sendo duas coisas independentes", diz o professor.

Aos candidatos que estão receosos e não querem mais depositar sua confiança na FGV, Baronovsky ressalta que os órgãos que contrataram a Fundação são sérios, tendo eles o domínio da prova. 

"O Ministério Público de São Paulo é o órgão que eu mais confio, e eles vão ficar em cima. A Receita Federal, um órgão nacional, está debruçada sobre o seu edital", explica o professor.

Baronovsky indica aos candidatos e interessados nos concursos da FGV que entendam que a operação é sigilosa e que todas as informações livram a Fundação da parte que realiza concursos.

Por fim, o professor pede aos concurseiros que evitem se preocupar com situações que não estejam sob seus domínios. 

"Primeiro, eram as eleições, depois a transição do governo, terceiro a Reforma Administrativa, quarto a Copa do Mundo. A gente traz tanta preocupação, que desvirtua a nossa concentração nos estudos, que a gente acaba não se preocupando com o que interessa, que é o estudo", finaliza o professor. 

Confira a nota da FGV na íntegra

A FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS foi surpreendida na manhã dessa 5ª feira, 17/11/2022, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em suas dependências do Rio de Janeiro e de São Paulo, por força de decisão do Juiz Substituto da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Vitor Barbosa Valpuesta.

Tal decisão acolhe pedido do Ministério Público Federal formulado em face de alegadas irregularidades em contratos firmados pela instituição, com base em depoimentos do ex-governador Sérgio Cabral, não obstante a sua delação ter sido anulada pelo Supremo Tribunal Federal.

Desde 2019 a FGV, assim como seus dirigentes, vêm sendo alvo de perseguição e vítimas de imputações quanto a supostos fatos de até 15 anos atrás, que redundaram no ajuizamento de uma Ação Civil Pública que teve sua inicial indeferida e, rigorosamente, versou sobre todos os temas agora utilizados para deferimento da medida de busca e apreensão.

Como se não bastasse, a FGV firmou Termo de Ajustamento com o Ministério Público do Rio de Janeiro, que foi homologado judicialmente e vem sendo regiamente cumprido, motivo, inclusive, de elogiosas manifestações por parte dos órgãos de fiscalização.

Causa, pois, estranheza e profunda indignação a reiteração, na esfera federal, de temas já sepultados perante a justiça estadual que, agora requentados, maculam gravemente a imagem de uma entidade que, há mais de 70 anos, tanto contribui para o desenvolvimento do Brasil, que, atualmente, é a 3ª mais respeitada instituição do mundo, em sua área de atuação.

A FGV reitera sua confiança nos poderes constituídos, em particular no Poder Judiciário brasileiro, e adotará todas as medidas cabíveis para defesa de sua história, que a tornou motivo de orgulho para o setor produtivo brasileiro, de sua imagem e da honradez com a qual, desde 1944, atua ao lado das principais instituições do País.

 

Informações do Folha Dirigida.




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